Dirigentes pedem dados completos, ações de prevenção e aumento da contribuição da Caixa para garantir a sustentabilidade do plano
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa) voltou a cobrar da Caixa Econômica Federal medidas concretas para reverter o déficit do Saúde Caixa. A reunião ocorreu na quinta-feira (14), no edifício Aqwa Corporate, na região portuária do Rio de Janeiro.
Representantes do banco apresentaram dados atualizados e disseram buscar uma solução “sustentável” para o plano. Entre os pontos positivos, citaram a posse de aprovados no último concurso, especialmente na área de tecnologia da informação, o que pode reduzir o envelhecimento médio do quadro e contribuir para o equilíbrio de custos.
Déficit e evasão
O desempenho financeiro preocupa. No primeiro semestre de 2025, o plano arrecadou R$ 1,7 bilhão, mas gastou R$ 2,1 bilhões, acumulando déficit que deve crescer até o fim do ano. O Saúde Caixa tem cerca de 125 mil titulares e registrou, em janeiro, 1.156 pedidos de desligamento — pico de evasão. Houve, porém, adesões e retorno de ex-beneficiários em outubro, impulsionados por novas contratações.
Felipe Pacheco, coordenador da CEE, informou que a análise técnica feita com apoio do Dieese está em andamento e defendeu a manutenção do princípio da solidariedade, “sem soluções que excluam colegas do plano”.
Para Marilda Bueno, da Fenacef, o problema está no crescimento das despesas, “especialmente com casos mais graves”. Tatiana Oliveira, da Fetec Centro-Norte, cobrou dados detalhados sobre o uso da telemedicina e defendeu investimento em prevenção, com exames periódicos e programas de acompanhamento para reduzir internações e casos terminais.
Fim do teto e reajuste zero
As entidades sindicais exigiram o fim do teto de 6,5% de custeio, que transfere mais encargos aos empregados, e criticaram a demora na apresentação de soluções. Também houve cobrança para que a Caixa invista em tecnologia no Saúde Caixa, medida que, segundo os dirigentes, poderia reduzir custos operacionais e melhorar o controle de procedimentos.
Foi defendida ainda a criação de um serviço de assistência social para evitar a judicialização de casos e ampliar o acesso a tratamentos.
Lucro e aporte
Tesifon Neto, que representou a Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Feeb SP/MS), destacou que a Caixa lucrou R$ 14 bilhões em 2024 e R$ 4,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 71,5% sobre igual período de 2024. “Esse resultado foi obtido pelo trabalho dos empregados. A empresa deveria retribuir elevando sua participação no custeio e aportando recursos para cobrir o déficit”, afirmou.

A próxima reunião da CEE-Caixa com a empresa será nesta sexta-feira (15), na mesa permanente, e discutirá temas como fechamento de agências, realocação de empregados, avaliação de desempenho (SuperCaixa) e segurança.