O Banco do Brasil anunciou no dia 11 deste mês de janeiro um novo plano de reestruturação que, entre outros pontos, prevê fechamentos de agências e unidades e dois planos de demissões, numa clara demonstração que a política de desmonte do banco público continua em expansão. Em plena pandemia do novo coronavírus, o BB pretende dispensar 5 mil bancários (adesão até o dia 5 de fevereiro), aumentar a estrutura para atendimento de clientes de alta renda e atacado (grandes empresas), mudar o atual modelo e remuneração dos caixas executivos, que perderiam a gratificação permanente (a ser substituída por uma gratificação proporcional aos dias de efetivo exercício da função) e realizar descomissionamento pós perda de função/ cargo com a desativação de unidades. A justificativa para reorganizar a rede de atendimento, segundo o “Fato Relevante” divulgado nesta segunda-feira, é a “adequação ao novo perfil e comportamento dos clientes”, assim como a “ampliação da oferta de soluções digitais”.

BB não explica

Em reunião com os sindicatos, Contraf-CUT, Federação dos Bancários de SP e MS e Comissão de Empresa (CEBB), no mesmo dia 11 de janeiro, os representantes do BB admitiram que não tinham todas as informações por ser o dia do anúncio do plano de reestruturação. Pura balela. Na verdade, preocupação apenas com o mercado; desrespeito com os funcionários e suas entidades de representação. Opinião Para o presidente da FEEB SP/MS, Jeferson Boava, “mais uma vez, a direção do BB desrespeita seus funcionários e a população, com um projeto que prejudica os mais humildes, fechando agências e dificultando o acesso, e prejudica também seus funcionários com redução de salários e com a incerteza de onde será alocado”. Para a diretora do Sindicato e representante da FEEB SP e MS na CEBB, Elisa Ferreira, “a nova reestruturação é um desrespeito aos direitos dos funcionários. Sem falar que as demissões vão aumentar o volume de trabalho. A CEBB orienta as bancárias e os bancários a entrarem em contato com seus sindicatos para mais informações. Enquanto isso, as entidades representativas dos funcionários estudam estratégias jurídicas para impedir a perda de direitos. É hora de resistir, lutar contra as ameaças do banco”.