Opinião

O Itaú acaba de divulgar um lucro histórico em 2024, consolidando-se como uma das instituições financeiras mais rentáveis do país. No entanto, esse resultado bilionário levanta uma questão fundamental: o que mudou para os funcionários? Houve melhora nas condições de trabalho? A saúde dos bancários e aposentados recebeu a devida atenção?

Infelizmente, a realidade mostra um cenário preocupante. Nas últimas negociações, ficou evidente a resistência do banco em tratar de temas essenciais, como o plano de saúde dos aposentados e a crescente sobrecarga dos trabalhadores. Relatórios foram apresentados, mas soluções concretas não vieram. Enquanto isso, os bancários continuam enfrentando metas abusivas, pressão intensa e adoecimento crescente.

O Itaú anunciou a contratação de 10.193 novos funcionários, mas a maioria dessas admissões foi direcionada para a área de tecnologia, enquanto os postos tradicionais seguem sendo eliminados. No total, o banco fechou 227 agências no Brasil e realizou 7.793 demissões. O perfil do trabalho bancário está mudando, mas a valorização dos profissionais que constroem esses lucros bilionários ainda não acompanha essa transformação.

Diante desse cenário, o desafio do movimento sindical é garantir que a riqueza gerada pelo banco também seja revertida em benefícios concretos para seus trabalhadores. O maior lucro da história do setor bancário não pode coexistir com a indiferença em relação à qualidade de vida e ao bem-estar de quem faz esse resultado acontecer. O Itaú precisa reconhecer que investir em seus funcionários não é um custo, mas um dever.

Reginaldo Breda é Secretário Geral da Federação dos Bancários dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e presidente do Sindicato dos Bancários de Rio Claro e região.